domingo, 17 de maio de 2009

Meu Querido Natal

Então é Natal. E todos os anos, nessa mesma data infeliz sempre me vêm à cabeça a pergunta: “E?”. Toda uma importância mensal embutida pra mim em apenas uma vogal + um ponto de interrogação. É claro que todos gostam de me crucificar – sem trocadilhos com o pobre menino Jesus– e jogar na minha cara que eu sou uma anti-social e que essa é uma época de felicidade (haha). O fato é que, opiniões à parte, não me importo. Filmes, música, outdoors, lojas... impossível esquecer que a combinação vermelho/branco existe.


O foda é que, para mim Natal é época de irritações com shoppings lotados, velhinhos fantasiados capitalistas – como não poderíamos deixar de ser – e músicas natalinas no último volume no vizinho. Recados pelo orkut de felicidades – o número de pessoas que lembram de você nesta data só perde pro seu maldito aniversário, data essa na qual as pessoas fazem QUESTÃO de lembrar da sua inutilidade, e de como elas podem ser hipócritas ao terem a cara-de-pau de só falar com você nesse dia – e próspero-muitas-coisas-que-não-tô-afim-de-saber...


Ahhh, o Natal!... é o culpado por lembrarmos com mais força das nossas vidas fracassadas porque nos damos conta do emprego medíocre que temos que, além de mal pagarem as contas, não bastam para presentear todos os familiares ingratos – no Natal esse tipo de gente é mais numeroso do que em aniversários, pois afinal eles PRECISAM ser lembrados, na esperança de ganhar algum presente, enquanto que nos aniversários a questão é presentear.


O Natal no final me serviu pra ao menos encher a barriga ao som de Roberto Carlos – com direito a uma bela caganeira (lembrar de nunca mais comer uva passa, mas eu ainda acho que foi o Roberto Carlos) e incitar a minha mediocridade embutida em uma vertente pseudo-filosófica. Agora, pequeno intervalo pra ir ao banheiro.



(Isa Perse ganhou de presente de Natal um CD da Simone)

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