segunda-feira, 25 de maio de 2009
Depois da Noitada
domingo, 17 de maio de 2009
Bar: 3am
Uma mulher SUPER interessante
Para fazer pensarem que você é uma puta basta estar sozinha num bar. Você está lá e apenas quer esquecer as cantadas nojentas do chefe ou o fato da sua mão estar cheirando a alho e detergente, mas no final sempre haverá um cara perdido para perguntar se você quer companhia, como se estivesse fazendo um grande favor. E no meio de todo aquele álcool, fumaça e palavras perdidas que você ainda se prestar a dar atenção no fundo todas sabemos que é só uma palavra que passa pelas duas cabeças deles: foder. Gastam seu diálogo à toa: alguns chegam com aquelas típicas cantadas infames, outros tentam parecer inteligentes ao fazer um resumo filosófico de um filme inútil, falam sobre o tempo ou sobre como você, mesmo tendo ficado quieta por horas com cara de louca na mesa de bar, parece ser uma mulher SUPER interessante. No final, os que ganham mais pontos são sempre os que pagam uma bebida. Eles adoram lembrar do fato de que somos mais suscetíveis aos efeitos do álcool ,e no final, nos fazem um grande favor em nos pagar drinques e assim fazer com que seu jeito idiota pareça ficar mais interessante a cada copo. Mas não há como fugir, os homens não são muito mais espertos do que isso.
Muito Trabalho por nada
O caminho da destruição de uma mulher começa quando ela acha que existe alguma coisa nela que a faz entender todos os homens. Mulheres obsessivas, neuróticas, grudentas, ciumentas, gritos, choros... quantos milhares de vasos são sacrificados anualmente por serem jogados contra paredes por conta de toda nossa histeria generalizada. A mim me vale deitar numa poltrona e sentir o que toda essa histeria tem a me dizer. Em geral acabo dormindo antes mesmo de tentar me entender como mulher. A noite foi dura: 5 horas escutando conversas sobre jogos de futebol, o top 10 das amigas comíveis em Natal e meia dúzia (acho que nem isso) de olhares pra minha bunda. Duas cervejas e uma caipirinha foi meu lucro da noite. Amigo de verdade, tenho dois: dois homens. Ironia do destino. Mas no fim eles conseguem me entender. São crus que nem eu. Não tão rudes e com uma dose a menos de ironia.
Filosofias de uma bêbada
"Ela é carioca..."
Incontáveis latas de cerveja depois e a caminho da casa de um amigo...
- Amon, vamos parar no boteco e comprar bebida?
- Ok.
Música ambiente às duas da madrugada e mais quatro latas na geladeira.
“Só mais duas latinhas e posso ir dormir.”
Caminho até a geladeira, pego uma cerveja. Lá pela metade da lata, uma mistura de feijão – meu querido jantar -, gases e cerveja, começa a embrulhar no estômago.
“Tudo bem, esse é só um pequeno contratempo”
Respiro fundo e termino a bendita. À frente, uma poltrona (visão dos céus), me atiro nela para um breve intervalo. Nessas horas é que eu realmente acredito que a gravidade da terra aumenta em cinco vezes a sua potência, ou talvez seja a minha cabeça que é muito grande e pesada! (Pequeno arroto interno) Segunda respiração profunda.
“Hum, acho que deveria parar por hoje!”
Primeiro gole da segunda lata:
- Amon, to meio mal. A porra da cerveja parece que não desce, ta tudo entalado aqui nessa garganta fodida!
- Pois vá ao banheiro!
Me calo. Pra que diabos servem os conselhos dos amigos e essas horas? O pensamento seguido já foi dentro do banheiro. Sem tempo para análises higiênicas ou qualquer outro tipo de descrição do ambiente, me ajoelho para tomar uma atitude simples e 95% eficaz. Entretanto, só a visão da privada já provocou o tal estímulo.Nem precisei apelar pro famoso dedo na garganta. Três longos e volumosos vômitos. Maravilha! Um cheiro de feijão, cerveja e ácido insuportável e um vômito que pareceu infinito.
"Por pouco não vomito merda!"
Acabo. Quarta respiração profunda.
Dois quilos a menos
duas puxadas de descarga
Levanto,
apago a luz.
Meu Querido Natal
Então é Natal. E todos os anos, nessa mesma data infeliz sempre me vêm à cabeça a pergunta: “E?”. Toda uma importância mensal embutida pra mim em apenas uma vogal + um ponto de interrogação. É claro que todos gostam de me crucificar – sem trocadilhos com o pobre menino Jesus– e jogar na minha cara que eu sou uma anti-social e que essa é uma época de felicidade (haha). O fato é que, opiniões à parte, não me importo. Filmes, música, outdoors, lojas... impossível esquecer que a combinação vermelho/branco existe.
O foda é que, para mim Natal é época de irritações com shoppings lotados, velhinhos fantasiados capitalistas – como não poderíamos deixar de ser – e músicas natalinas no último volume no vizinho. Recados pelo orkut de felicidades – o número de pessoas que lembram de você nesta data só perde pro seu maldito aniversário, data essa na qual as pessoas fazem QUESTÃO de lembrar da sua inutilidade, e de como elas podem ser hipócritas ao terem a cara-de-pau de só falar com você nesse dia – e próspero-muitas-coisas-que-não-tô-afim-de-saber...
Ahhh, o Natal!... é o culpado por lembrarmos com mais força das nossas vidas fracassadas porque nos damos conta do emprego medíocre que temos que, além de mal pagarem as contas, não bastam para presentear todos os familiares ingratos – no Natal esse tipo de gente é mais numeroso do que em aniversários, pois afinal eles PRECISAM ser lembrados, na esperança de ganhar algum presente, enquanto que nos aniversários a questão é presentear.
O Natal no final me serviu pra ao menos encher a barriga ao som de Roberto Carlos – com direito a uma bela caganeira (lembrar de nunca mais comer uva passa, mas eu ainda acho que foi o Roberto Carlos) e incitar a minha mediocridade embutida em uma vertente pseudo-filosófica. Agora, pequeno intervalo pra ir ao banheiro.
Cotidiano
Conhecer uma pessoa no seu cotidiano sempre foi a pior parte pra mim, é nela que aparecem as decepções, mas não há como fugir de toda essa merda. No começo sempre podemos fantasiar sobre o cara, tentar enfiar na cabeça que você e ele combinam perfeitamente. Você também terá a liberdade de pensar que pela manhã depois do banho ele continuará encantador como na festa, amanhecerá sem mau-hálito, sem coçar o saco e que sempre abaixará a tampa da privada após mijar na sua presença.
Confissão: fosse esse o tipo de homem que eu conhecesse no dia seguinte ia me decepcionar, afinal, ele estaria se fazendo de bonzinho apenas pra me agradar. Não vou muito com a cara de quem agrada não sendo sincero, mas tenho que concordar que tentar fingir que se é educado é compreensível, pois afinal, você no começo de um relacionamento sempre tenta parecer menos porco do que é. O problema é que a decepção depois se torna mais dolorosa, porque finalmente vemos que ele é homem como todos os outros homens estereotipados.
Por essas e mais outras do universo masculino que apóio as toalhas molhadas na cama, afinal, ser o estereótipo do homem moderno nunca me pareceu matar ninguém. Sinceridade é uma merda, mas machuca menos que decepção pós-cama e assim, que seja bem-vinda a vida masculina nos lares. Ou você tem a opção de não se conformar com a rotina-da-pós-modernidade-dos-homens-sem-educação e tentar virar uma hippie-filósofa, vendendo suas bijuterias na rua, porque ao final, dessa maneira, você nem casa terá. E sem casa, adeus tampa da privada levantada!
(Isa Perse tentou virar hippie, mas desistiu ao gastar 400 reais numa saia)